Bruno Covas é reeleito prefeito de São Paulo

Tucano será reconduzido ao cargo após campanha em que se vendeu como experiente e escondeu Doria   Rascunho automático

Bruno Covas (PSDB), 40, foi reeleito neste domingo 29 prefeito de São Paulo, para o mandato 2021-2024. Por volta das 18h45, o candidato do PSOL ligou para o prefeito reeleito o parabenizando pela vitória.

Neste domingo, ao votar pela manhã, Covas prometeu cumprir o mandato de prefeito até o fim caso fosse eleito. “Quero ser reeleito para entregar o cargo no dia 1º de janeiro de 2025”, afirmou.

O tucano, que era vice de João Doria (PSDB), chegou ao cargo em abril de 2018, com a renúncia do então prefeito para concorrer ao governo do estado. Embora os dois ainda sejam aliados, o candidato à reeleição escondeu Doria de sua campanha por causa da alta rejeição a ele na cidade.

Dos quatro prefeitos que tentaram um novo mandato após a lei que permitiu a reeleição, de 1998, só um até hoje havia conseguido o feito, Gilberto Kassab (à época no DEM, hoje no PSD), em 2008.


Covas é o segundo a ser reconduzido ao cargo.

Marta Suplicy (então no PT, hoje sem partido), em 2004, e Fernando Haddad (PT), em 2016, saíram derrotados das respectivas campanhas pela reeleição.

E há aqui uma coincidência: Kassab também havia recebido a cadeira do ex-titular, José Serra (PSDB), que deixou o posto após 15 meses para concorrer à Presidência da República, em 2006. Com a vitória nas urnas, ele permaneceu no Edifício Matarazzo, sede do poder público municipal, durante seis anos.

Explorando a ideia de que representa segurança e alguma previsibilidade, Covas se vendeu ao longo da campanha como um político habilidoso e gestor eficiente, em contraponto à inexperiência de Boulos, que construiu sua trajetória em movimentos sociais e nunca ocupou cargo público.

Sem marcas de governo, o tucano, neto do ex-prefeito e ex-governador Mário Covas (1930-2001), aproveitou o segundo turno mais curto da história para martelar o discurso de que era o mais preparado para o cargo e que já fez muito pela cidade, mas queria “continuar fazendo mais”.

Ele conseguiu manter a dianteira conquistada no primeiro turno, do qual saiu com 32% dos votos válidos, ante 20% de Boulos.

Apenas duas semanas separaram os dois turnos, naquele que foi o intervalo mais reduzido da história, em razão da pandemia do novo coronavírus. A crise sanitária da Covid-19 alterou todo o calendário eleitoral e também postergou a votação de outubro, tradicional mês do pleito, para novembro.

Com 15 dias, em vez das três ou até quatro semanas de outras disputas, a campanha de Covas administrou a vantagem, neutralizou o avanço de Boulos sobre fatias do eleitorado e conseguiu se desvencilhar de percalços como as denúncias contra o candidato a vice, Ricardo Nunes (MDB).

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