Melhorias no Galeão ficam para depois da Copa
Concessionária assina contrato nesta quarta-feira, mas só assume gestão em agostoA curto prazo, muda apenas a sinalização
RIO - Esteiras quebradas, elevadores que não funcionam, escadas
rolantes enguiçadas. Problemas como esses, comuns para quem embarca e
desembarca no Galeão, não devem ser completamente solucionados antes da
Copa do Mundo. A nova concessionária, a Aeroporto Rio de Janeiro, que
assina nesta quarta-feira o contrato de concessão com a Agência Nacional
de Aviação Civil (Anac), só assume o Galeão definitivamente em agosto.
Até lá, a gestão será compartilhada com a Infraero, com a estatal à
frente das operações.
Segundo fontes, o que a concessionária prometeu, em conversas informais com integrantes do governo, foi maior agilidade na troca de peças para manutenção e algumas alterações na sinalização do aeroporto nos próximos meses.
No primeiro caso, como agentes privados têm maioria na concessionária — juntas, Odebrecht Transport e Changi, de Cingapura, detêm 51%, e a Infraero, os 49% restantes —, a Aeroporto Brasil se verá livre das amarras das licitações públicas.
As concorrências obrigam as empresas controladas pelo Estado a sempre optarem pelo menor preço, o que não necessariamente significa o melhor serviço. Para o futuro, a concessionária avalia ter um estoque de peças essenciais no próprio aeroporto, a fim de agilizar a manutenção.
Sobre a sinalização, uma empresa contratada pela concessionária iniciou há uma semana um amplo diagnóstico sobre os fluxos de passageiros e mercadorias no Galeão, para indicar as alterações necessárias. Mas uma mudança mais profunda, que modifique os trajetos dos passageiros dentro do aeroporto, ficará para depois da Copa.
A ordem do governo, agora, é evitar confusão. Por isso, as pequenas alterações nas placas visam a garantir que elas estejam na melhor posição aos olhos dos passageiros e que a informação esteja disponível sempre em português e inglês. E só.
Decepção no aeroporto
Ou seja, a vida de passageiros como a turismóloga Rafaela Calil e o advogado Bruno Vieira, de Curitiba, não vai melhorar tão cedo. Eles estiveram ontem pela primeira vez no Galeão e se declararam decepcionados.
Acostumados a fazer conexão em Guarulhos nas viagens internacionais, eles se queixaram de falhas na informação, que os fizeram ficar meia hora na fila errada para retirar as malas, até a falta de acomodações para quem precisa esperar por horas pelo próximo voo.
Rafaela, que comanda uma agência de viagens, afirmou que não vai mais encaminhar clientes para o Galeão:
— O elevador é pequeno, cabem dois carrinhos e mais uma ou duas pessoas. Além disso, tem um banheiro só para comportar todos os passageiros do desembarque internacional.
Já o professor Nilson Ramos, que embarcava ontem para Salvador, ponderou que a situação do Galeão é melhor que a do aeroporto baiano:
— Não tem como fazer obra sem transtorno. Pelo menos aqui está melhor que Salvador, cujas obras só começam depois da Copa.
A psicóloga Letícia Parraga Baptista, de Porto Alegre, até considera a dor de cabeça causada pelas obras tolerável, já que os trabalhos são passageiros. Mas diz que gostaria de ver atendentes mais preparados:
— Acho que pode melhorar muito o atendimento. Isso me incomoda mais do que as obras, que têm um prazo para acabar.
Outro ponto que ficou decidido foi que a marca Aeroporto Rio de Janeiro só será usada a partir de agosto. No Aeroporto de Brasília, por exemplo, na primeira semana após a assinatura do contrato de concessão, o consórcio Inframérica mudou o logo, caprichou na limpeza e tratou de fiscalizar os banheiros, para que não faltasse sabonete ou papel higiênico.
Novo estacionamento em 2015
O compromisso da nova concessionária do Galeão com a Anac estará no Plano de Ações Imediatas (PAI), que será entregue à agência até 30 dias após a assinatura do acordo. A Anac terá mais 20 dias para aprovar o plano. Pelas regras do edital, essas melhorias têm diferentes prazos para serem executadas.
A mudança da sinalização — com informações sobre voos, portões de embarque, locais de check in etc. —, por exemplo, deve ser concluída 30 dias após a aprovação do PAI. Ou seja, a tempo da Copa. O mesmo prazo previsto para a revisão dos sistemas de escadas rolantes, esteiras e elevadores e melhoria da iluminação.
Para 90 dias após o PAI — ou seja, depois da Copa —, estão previstas ações como instalação de câmaras de segurança, Wi-Fi gratuito e conserto de vazamentos e infiltrações.
Obras de caráter mais estrutural, como a construção de novas pontes de embarque e a ampliação do pátio das aeronaves, estão previstas para 2016. A construção de um estacionamento com capacidade mínima para 1.850 veículos também vai demorar: o prazo estabelecido no edital é o fim de 2015.
Estarão presentes na cerimônia de assinatura a presidente Dilma Rousseff, o ministro da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Moreira Franco, bem como os presidentes da Anac, Marcelo Guaranys, da Aeroporto Brasil, Luiz Teive da Rocha, e da Changi, Lim Liang Song.
Segundo fontes, o que a concessionária prometeu, em conversas informais com integrantes do governo, foi maior agilidade na troca de peças para manutenção e algumas alterações na sinalização do aeroporto nos próximos meses.
No primeiro caso, como agentes privados têm maioria na concessionária — juntas, Odebrecht Transport e Changi, de Cingapura, detêm 51%, e a Infraero, os 49% restantes —, a Aeroporto Brasil se verá livre das amarras das licitações públicas.
As concorrências obrigam as empresas controladas pelo Estado a sempre optarem pelo menor preço, o que não necessariamente significa o melhor serviço. Para o futuro, a concessionária avalia ter um estoque de peças essenciais no próprio aeroporto, a fim de agilizar a manutenção.
Sobre a sinalização, uma empresa contratada pela concessionária iniciou há uma semana um amplo diagnóstico sobre os fluxos de passageiros e mercadorias no Galeão, para indicar as alterações necessárias. Mas uma mudança mais profunda, que modifique os trajetos dos passageiros dentro do aeroporto, ficará para depois da Copa.
A ordem do governo, agora, é evitar confusão. Por isso, as pequenas alterações nas placas visam a garantir que elas estejam na melhor posição aos olhos dos passageiros e que a informação esteja disponível sempre em português e inglês. E só.
Decepção no aeroporto
Ou seja, a vida de passageiros como a turismóloga Rafaela Calil e o advogado Bruno Vieira, de Curitiba, não vai melhorar tão cedo. Eles estiveram ontem pela primeira vez no Galeão e se declararam decepcionados.
Acostumados a fazer conexão em Guarulhos nas viagens internacionais, eles se queixaram de falhas na informação, que os fizeram ficar meia hora na fila errada para retirar as malas, até a falta de acomodações para quem precisa esperar por horas pelo próximo voo.
Rafaela, que comanda uma agência de viagens, afirmou que não vai mais encaminhar clientes para o Galeão:
— O elevador é pequeno, cabem dois carrinhos e mais uma ou duas pessoas. Além disso, tem um banheiro só para comportar todos os passageiros do desembarque internacional.
Já o professor Nilson Ramos, que embarcava ontem para Salvador, ponderou que a situação do Galeão é melhor que a do aeroporto baiano:
— Não tem como fazer obra sem transtorno. Pelo menos aqui está melhor que Salvador, cujas obras só começam depois da Copa.
A psicóloga Letícia Parraga Baptista, de Porto Alegre, até considera a dor de cabeça causada pelas obras tolerável, já que os trabalhos são passageiros. Mas diz que gostaria de ver atendentes mais preparados:
— Acho que pode melhorar muito o atendimento. Isso me incomoda mais do que as obras, que têm um prazo para acabar.
Outro ponto que ficou decidido foi que a marca Aeroporto Rio de Janeiro só será usada a partir de agosto. No Aeroporto de Brasília, por exemplo, na primeira semana após a assinatura do contrato de concessão, o consórcio Inframérica mudou o logo, caprichou na limpeza e tratou de fiscalizar os banheiros, para que não faltasse sabonete ou papel higiênico.
Novo estacionamento em 2015
O compromisso da nova concessionária do Galeão com a Anac estará no Plano de Ações Imediatas (PAI), que será entregue à agência até 30 dias após a assinatura do acordo. A Anac terá mais 20 dias para aprovar o plano. Pelas regras do edital, essas melhorias têm diferentes prazos para serem executadas.
A mudança da sinalização — com informações sobre voos, portões de embarque, locais de check in etc. —, por exemplo, deve ser concluída 30 dias após a aprovação do PAI. Ou seja, a tempo da Copa. O mesmo prazo previsto para a revisão dos sistemas de escadas rolantes, esteiras e elevadores e melhoria da iluminação.
Para 90 dias após o PAI — ou seja, depois da Copa —, estão previstas ações como instalação de câmaras de segurança, Wi-Fi gratuito e conserto de vazamentos e infiltrações.
Obras de caráter mais estrutural, como a construção de novas pontes de embarque e a ampliação do pátio das aeronaves, estão previstas para 2016. A construção de um estacionamento com capacidade mínima para 1.850 veículos também vai demorar: o prazo estabelecido no edital é o fim de 2015.
Estarão presentes na cerimônia de assinatura a presidente Dilma Rousseff, o ministro da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Moreira Franco, bem como os presidentes da Anac, Marcelo Guaranys, da Aeroporto Brasil, Luiz Teive da Rocha, e da Changi, Lim Liang Song.
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