Falta de chuvas antecipa para julho previsão de 'colapso' no Cantareira
No pior cenário de estiagem, estimativa anterior citava 'final de agosto'.
Sistema abastece Grande SP e as regiões de Piracicaba e Campinas.
Bancos de areia no leito do Rio Piracicaba voltaram a surgir em trecho urbano (Foto: Camila Ancona/G1)
A estiagem atípica registrada no primeiro trimestre antecipou de agosto
para julho a previsão de "colapso" no Sistema Cantareira, que abastece a
Grande São Paulo e as regiões de Piracicaba (SP) e Campinas (SP),
aponta estudo do Grupo Técnico de Assessoramento para Gestão (GTAG) do
mecanismo.Em fevereiro, o grupo previa que o volume útil das represas se esgotaria no "final de agosto" no cenário mais pessimista de falta de chuvas. Agora, nestas mesmas condições, a estimativa é que a água acabe em "meados de julho", forçando a retirada do volume morto, que necessita de bombeamento para ser captado, a partir de então.
O relatório é assinado pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee), Agência Nacional de Águas (ANA), comitês das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) e das Bacias do Alto Tietê e pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) após reunião realizada sexta-feira (28).
O comunicado ainda recomenda que a ANA e o DAEE apoiem o Comitê PCJ a estabelecer planos de contingência para a operação dos sistemas municipais de abastecimento nas cidades que dependem do Sistema Cantareira. O nível dos reservatórios chegou a 13,8% na última semana e, pela primeira vez na história, atingiu volume acumulado menor que 14%.
A Câmara Técnica de Monitoramento Hidrológico do Comitê PCJ propôs nesta segunda-feira (31) metas de redução de consumo de água de até 50% para a "sobrevivência" do Cantareira. Conforme os cálculos da câmara técnica, metade da água da Grande São Paulo depende do Cantareira e, com a economia de 50%, a região não precisaria se abastecer do sistema temporariamente durante o período de estiagem.
A vazão média mensal de retirada de água do Sistema Cantareira é de 27,8 metros cúbicos por segundo, ou seja, 24.800 litros por segundo para abastecimento da Grande São Paulo e 3.000 litros por segundo para descarregamento nas Bacias PCJ, valores correspondentes às prioridades primárias das duas regiões, de acordo com o GTAG.
Homens 'entram' no Rio Piracicaba para pescar:
vazão apresentou baixa (Foto: Camila Ancona/G1)
No final de semana, a profundidade e a vazão do Rio Piracicaba em trecho urbano de Piracicaba (SP) voltaram a baixar
após a melhora observada no início do mês, o que fez com que bancos de
areia no leito no manancial voltassem a aparecer. E a previsão do tempo
para os próximos dois meses não indica volume expressivo de chuvas, o
que poderia amenizar a situação.vazão apresentou baixa (Foto: Camila Ancona/G1)
Pouca chuva
Segundo a Somar Meteorologia, há estimativa de 30 mm de chuva na área do Cantareira nos próximos 15 dias, valor que não deverá elevar o nível dos reservatórios. "O mês será caracterizado pela diminuição da chuva no Sudeste. Na primeira semana, a passagem de uma frente fria traz chuva razoável, mas na segunda quinzena de abril não há previsão de chuva significativa na maior parte da região. A previsão até mostra episódios de chuva ao longo de maio, mas sem altos volumes de água. A tendência é que o Cantareira fique ainda mais seco no próximo mês", informou o instituto.
Mapa de abastecimento da Sabesp (Foto: Arte/G1)
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