Súmula: árbitro de Furacão x Vasco vê policiamento inicial do jogo 'suficiente'

Ricardo Marques Ribeiro diz que comoção, com invasão no campo de torcedores e imprensa, o leva a pedir reforço da PM para dar prosseguimento na Arena Joinville

 
O árbitro Ricardo Marques Ribeiro entregou à meia-noite e 45 minutos já desta segunda-feira a súmula de Atlético-PR 5 x 1 Vasco, na Arena Joinville, palco da selvageria de socos e pontapés entre facções que deixou quatro torcedores feridos e paralisou a partida aos 17 minutos do primeiro tempo, quando o Furacão vencia por 1 a 0. Em trecho da súmula, segundo Ricardo, o policiamento inicial (de 90 seguranças particulares) era suficiente para dar prosseguimento à partida, mas, diante da comoção, viu necessidade de pedir reforço.
"(...) Durante a paralisação do jogo, o campo foi invadido pela imprensa e por alguns torcedores que pularam das arquibancadas para não sofrerem agressão. Diante de tal comoção, apesar de o policiamento inicial ser suficiente para dar prosseguimento à partida, entendi que havia necessidade de um reforço tanto para separar as torcidas como para garantir ainda mais a integridade física dos demais participantes do espetáculo (jogadores, imprensa, árbitros e dirigentes), situados dentro do campo (...)", relata o árbitro.
Ainda segundo o relatório, o policiamento em campo antes do início do jogo e depois do tumulto foi composto "nos moldes do documento subscrito pelo comandante geral da PM, coronel Nazareno Marcineiro, que me foi encaminhado pelo chefe do policiamento do jogo, Cel. Adilson Moreira (...)".
Info ATLETICO-PR VASCO Briga Torcidas (Foto: Infoesporte)Infográfico indica posicionamento das brigas (Foto: Infoesporte)
O árbitro pôs na súmula também que três feridos, e não quatro (o número real), foram removidos para o hospital, e depois da selvageria houve uma peça de torneira atirada pela torcida do Atlético-PR no auxiliar Márcio Eustáquio Santiago, sem atingi-lo, o mesmo acontecendo por parte da torcida do Vasco, que atirou pedras no goleiro Weverton.
Veja aqui a observação completa no fim da súmula:
"Aos 17 minutos do 1º tempo, o jogo foi interrompido em razão de um conflito entre torcedores do Clube Atlético Paranaense e do Clube de Regatas do Vasco da Gama, nas arquibancadas, que teve início com poucos torcedores, mas que foi se avolumando e envolveu centenas deles. Não foi possível perceber quem deu início ao tumulto, uma vez que toda a equipe de arbitragem estava concentrada no jogo. A rixa foi contida pelo policiamento militar e pela segurança particular do estádio, havendo sido necessária explosão de bombas de efeito moral e uso de spray de pimenta. Houve três torcedores feridos gravemente, sendo que dois deles foram removidos por helicóptero e um pela ambulância que estava no estádio. Durante a paralisação do jogo, o campo foi invadido pela imprensa e por alguns torcedores que pularam das arquibancadas para não sofrerem agressão.
Diante de tal comoção, apesar de o policiamento inicial ser suficiente para dar prosseguimento à partida, entendi que havia necessidade de um reforço, tanto para separar as torcidas como para garantir ainda mais a integridade física dos demais participantes do espetáculo (jogadores, imprensa, árbitros e dirigentes), situados dentro do campo.

Em razão do tempo gasto para separar os torcedores, prestação de socorro e do deslocamento do reforço policial de seus postos de trabalho para as diversas áreas do estádio, a partida ficou paralisada por 1h13' (uma hora e treze minutos). Durante tal período, o comandante do policiamento militar, Cel. Adilson Moreira, me prestava informações sobre o deslocamento e previsão de chegada ao estádio do reforço policial, razão pela qual aguardei o indicado tempo.

Restabelecida a ordem e distribuídos os policiais em pontos estratégicos, dei reinício ao jogo, que transcorreu até o seu final, sem qualquer outro incidente, salvo o fato de torcedores do Atlético Paranaense haverem jogado uma peça de torneira de metal próximo ao assistente 1, Márcio Eustáquio Santiago, e de torcedores do Vasco haverem atirado algumas pedras na direção do Weverton P. Silva, goleiro do Atlético Paranaense, valendo esclarecer que nem o goleiro, nem o assistente 1, foram atingidos. Estes fatos ocorreram a 25 e 30 minutos do segundo tempo, respectivamente.

Cumpre esclarecer que a ambulância que prestou socorro ao torcedor ferido retornou ao campo antes do reinício do jogo, também valendo ser dito que havia, ademais, um outro veículo habilitado para resgate (bombeiros voluntários do município).

De outro lado, vale pontuar que o policiamento que havia em campo, antes do início da partida e depois do tumulto relatado, foi composto nos moldes do documento subscrito pelo comandante geral da PMSC, Cel Nazareno Marcineiro, que me foi encaminhado pelo chefe do policiamento do jogo, Cel. Adilson Moreira, por email, o qual retransmiti para a comissão de arbitragem da CBF, para integrá-lo a este relatório, como o possibilita o art. 11, parágrafo primeiro do Estatuto do Torcedor, por não ser possível anexá-lo ou transcrevê-lo neste documento eletrônico.

Ademais, vale registrar que o referido chefe do policiamento do jogo, Cel. Adilson Moreira, garantiu a mim, na presença dos demais integrantes da arbitragem e dos delegados especiais, que o contingente era suficiente para dar prosseguimento à partida com plena garantia.

Por fim, esclareço que este relatório está sendo finalizado neste horário - 0h45m do dia 09.12.13 - porque o sinal da internet no estádio caía constantemente, obrigando-me a realizá-la no hotel, bem assim em razão da situação extraordinária narrada."

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